De acordo com a prima de Gerson de Melo Machado, ele era uma pessoa pacífica e sempre procurava a família e não tinha acompanhamento de saúde mental.
Gerson de Melo Machado, de 19 anos, morreu após entrar em recinto de leoa em zoológico de João Pessoa. Reprodução/TV Cabo Branco
O jovem de 19 anos que morreu após entrar na área de uma leoa e ser atacado por ela no Parque Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa, dizia aos familiares que sentia “medo das pessoas darem nele” por conta dos transtornos mentais que ele tinha. É o que afirma a prima dele, Ícara Menezes, que explica a relação do homem com a família.
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Conforme relato da prima para a TV Cabo Branco, ele enxergava as outras pessoas como potenciais agressoras contra ele e que, por isso, sentia medo. Gérson de Melo Machado já tinha o diagnóstico de esquizofrenia e a família também tem histórico de transtornos mentais. O corpo do jovem foi sepultado nesta segunda-feira (1º).
“Das vezes que ele foi preso, a maioria era por jogar uma pedra na viatura, porque ele queria se sentir seguro, muitas vezes ele falava ‘se eu tiver preso, as pessoas na rua não (vão) dar em mim, porque eu peguei tal coisa em troca do almoço e fulano deu em mim’. Ele sempre tinha medo das pessoas darem nele. Tiraram ele como uma pessoa agressiva e ele não era. Uma pessoa marginal, ele não era. Era um menino neurodivergente, que tinha mentalidade de 4 anos”, ressaltou.

Também segundo a prima, ele enxergava o presídio Presídio Desembargador Flóscolo da Nóbrega, conhecido como presídio do Roger, em João Pessoa, como um lugar em que ele seria acolhido.
“A gente conversou com ele e ele disse que pelo menos ele preso, tinha onde dormir e as pessoas não faziam mal a ele. E ele gostava muito do diretor (do Roger). Então para ele era uma amizade que ele tinha e ali ele estava seguro”, disse.
Em relação a essa postura, Ícara ressaltou que devido aos transtornos mentais ele só se aproximava dos familiares de tempos em tempos, não mantendo a relação constante. Ela explicou que ele procurava principalmente a mãe, que também têm transtornos mentais.
“Sempre procurou a mãe dele querendo amor, querendo carinho, querendo atenção. Ele nunca foi um menino para assaltar ninguém para usar droga. Ele sempre foi uma pessoa que tinha problemas psicológicos e os outros se aproveitavam”, contou.